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Por que o filho é da mãe? - Uma reflexão do livro "O mito do amor materno"

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Em "O Mito do Amor Materno", Elisabeth Badinter desafia a crença profundamente enraizada de que o amor materno é um instinto natural e inato em todas as mulheres. A autora argumenta que essa noção é, na verdade, um mito construído socialmente ao longo dos séculos, com o objetivo de controlar e restringir o papel das mulheres na sociedade. Badinter examina a história do comportamento materno na França ao longo de quatro séculos, mostrando como as expectativas e os padrões maternos variaram significativamente de acordo com o contexto social e cultural de cada época. Ela demonstra que o amor materno não é um sentimento universal e imutável, mas sim uma construção social influenciada por fatores como classe social, religião, economia e política. A autora também questiona a ideia do "instinto materno", argumentando que não há evidências científicas que comprovem a existência de um instinto biológico que impulsione as mulheres a amar e cuidar dos filhos. Em vez disso, ela

A criança que emerge na mãe que sou

Definitivamente, o que mais invejo em outras mães, são aquelas que conseguem lidar com situações nas quais seus filhos são confrontados, ameaçados, insultados e, conseguem lidar de forma absurdamente tranquila. Não falo como psicóloga. Insisto. Quando se trata da minha maternidade, eu me esqueço completamente das teorias aprendidas na faculdade ou das metodologias que aplico no contexto clínico. Na clínica, eu seguro o bisturi, estou ali para operar, é simples, incisivo, abro delicadamente, avalio a ferida, suturo e retomamos em outro ato.     Simples assim.   No dia a dia é claro que a psicologia me dá embasamento para compreender melhor as respostas do meu filho diante de algumas situações, porém, situações onde percebo que ele possa estar em risco ou que alguém tenha intenção de machucá-lo/magoá-lo ou ofendê-lo (Socorro!)... Isso comumente acontece entre crianças, normal né? Naturalmente vai acontecer, no ambiente escolar, em locais de socialização como pracinhas, parques, p

Minha gravidez atípica

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 Olá, criativ@s!  Hoje, eu quero compartilhar com vocês a minha experiência de gravidez... Uau... Como é difícil falar sobre um momento tão especial e complexo, por vezes doloroso, ao ponto de eu esquecer muitos detalhes, talvez por algum mecanismo de defesa.   Como em quase tudo na minha vida, eu fugi à regra com a gravidez. Eu não me casei, não planejei a gravidez, aliás, eu achava que nem poderia ficar grávida! Vou explicar... Aos quinze anos, na minha primeira consulta ginecológica o danado do "doutô" me diagnosticou com ovários micropolicísticos- vou explicar rapidamente para quem não conhece, pois acho muito chato quando a pessoa deixa um termo específico e desconhecido no ar, e o leitor que lute! A síndrome dos ovários micropolicísticos acontece desde o momento em que você ainda está na barriga da sua mãe, segundo esse mesmo ginecologista, são vários micro cistos que se formam na região periférica dos ovários ou do ovário, o grau de acometimento varia, eu poderia ter g

A falta que o pai faz...

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 Boa noite, criativ@s!  Bem, após breve apresentação sobre esse novo mundo parental-criativo, preciso escrever sobre um tema que está "entalado" há algum tempo e que dá título a este capítulo: A falta que o pai faz.  Ontem fiz uma tentativa com uma nova psicóloga e, basicamente a sessão inteira foi sobre meu pai. Sobre a falta que sinto dele e sobre como me sinto injustiçada pela vida, por terem me tirado ele de forma tão cruel. Ele partiu há 5 meses e 19 dias. Aos 37 anos, a dor da ausência do meu pai é imensa, até pouco tempo atrás era quase insuportável. É como navalha na carne. Sinto como se tivesse perdido toda segurança que ele me passava, ainda que eu nunca tivesse me atentado sobre esse sentimento de segurança enquanto ele esteve presente, talvez porque ele nunca deixou faltar. Fazendo uma comparação muito grosseira, imagino que seja como passar fome depois de uma vida inteira de mesa farta. Sinto a falta dele pelo menos todos os dias.  Desde o início da idealização d

O que é Parentalidade Criativa?

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  Olá, seja bem-vind@! Meu nome é Estela, sou psicóloga, escritora nas horas vagas, empresária,  mãe do Vitor e filha do Shiozo e da Clarinha. Há pelo menos dois anos, venho tentando desenrolar um projeto de apoio a pais, cuidadores  e responsáveis por crianças, em suas diversas formas e composições. Trabalho no serviço público há cerca de 8 anos, mais especificamente na área de violações de direitos de crianças e adolescentes. E foi tentando compreender tantas situações complexas dentro dos sistemas familiares que comecei a estudar primeiramente a perinatalidade, ou seja, todo o período que antecede a gravidez, bem como o período gravídico-puerperal.   Na psicologia, consideramos Puerpério, desde o parto até cerca de dois anos após o nascimento da criança, cujo período é cientificamente determinante para um desenvolvimento saudável (falaremos muuuuuito sobre isso dentro do conceito da Parentalidade Criativa), a ideia é falar sobre parentalidade sem ditaduras ou militância pesada, pois